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Degustação
“Quanto mais você gostar de si mesmo, menos se parecerá com os outros e mais especial você será.” Walt Disney
Esta oficina foi concebida para desenvolver a resiliência, a empatia e a autoestima, ferramentas fundamentais para que os alunos quebrem o silêncio e expressem seus sentimentos, principalmente dores e temores que causam insegurança e prejudicam sua convivência e seu aprendizado.
A Camisa do Homem Feliz é um conto italiano sobre um rei e seu filho infeliz, recontado por Ítalo Calvino na coletânea Fábulas Italianas de 1992.
Não é fácil lidar com os problemas de uma criança, tanto em casa quanto na escola, por isso, criamos uma imagem da criança feliz em todos os momentos, especialmente quando estamos passando por uma experiência parecida.
Por esse motivo, muitas vezes as soluções rápidas oferecidas por terceiros são recebidas como um grande alívio, exatamente como no conto, onde o rei busca os conselhos de estranhos para salvar seu filho. Isso se dá porque, quando somos confrontados com um problema, nos sentimos quase que obrigados a fornecer uma solução. Paradoxalmente, quando conseguimos aceitar nossos filhos e alunos como eles realmente são, ouvindo e ajudando-os a compreender e a conviver com seus sentimentos é que damos um importante passo para que saibam que têm todo o apoio que precisam para se recuperar de um sofrimento e crescer em plenitude.
A isso podemos chamar de uma infância feliz!
Um grande abraço,
Célia Passos e Zeneide Silva
A oficina está dividida em cinco partes:
Para envolver os participantes no clima do encantamento, prepare o ambiente com elementos que despertem os sentidos e conduzam todos, com mais facilidade, ao mundo da magia da história. Você pode utilizar músicas, objetos, tapetes etc.
A atividade servirá de apresentação e de “quebra-gelo” para a escolha de um crachá. Prepare uma mesa de recepção que contenha vários crachás. À medida que seus alunos forem chegando, peça que escolham um crachá e escrevam o nome. (Para crianças do 2º ao 5º ano.)
Diga algo assim:
Hoje contarei a história A Camisa do Homem Feliz e, depois, vamos debater sobre a alegria de viver. Será que a felicidade depende de algo que possuímos ou que devemos possuir, ou só precisamos estar dispostos a deixar de lado o que é desnecessário em nosso dia a dia?
Era uma vez um príncipe que nunca esteve feliz. Seu pai tentava de todas as maneiras alegrá-lo. Convidava artistas de todo tipo para diverti-lo – atores, músicos, dançarinos, bufões –, mas nada fazia qualquer diferença. O príncipe continuava infeliz. Dia após dia ficava sentado olhando fixamente pela janela, sem dizer uma palavra.
O rei decidiu buscar ajuda. Pediu aos sábios de muitas terras distantes para vir visitá-lo e aconselhá-lo. Logo o castelo encheu-se de médicos, doutores, professores e filósofos.
– Como posso ajudar meu filho? – Perguntou-lhes o rei.
Os homens de saber conversaram entre si, observaram as estrelas e ficaram pensando durante um longo tempo. Finalmente foram procurar o rei com uma resposta.
Alteza – disseram –, só existe uma coisa a fazer. É encontrar um homem feliz e trocar a camisa de seu filho pela dele.
O rei mandou espalhar pelo mundo a notícia de que queria conhecer um homem que fosse verdadeiramente feliz. A primeira pessoa que veio ao castelo foi um padre.
– O senhor é feliz? – perguntou o rei.
– Ah, sim, Majestade – respondeu o padre com um grande sorriso.
– Gostaria de ser meu bispo? – perguntou o rei.
– Se ao menos eu pudesse! – respondeu rapidamente o padre.
– Suma daqui! Ordenou o rei.
– Estou procurando por um homem que seja verdadeiramente feliz exatamente como está, não alguém que me diga “se eu pudesse”.
Pouco depois o rei ouviu falar de um soberano de um outro país. Esse homem dizia-se muito feliz. Suas terras eram pacíficas e ele tinha uma esposa maravilhosa e cinco belos filhos. O rei mandou mensageiros pedir a esse soberano sua camisa, mas, quando eles chegaram lá, encontraram-no aflito, andando de um lado para o outro.
– Eu tenho tudo que alguém poderia desejar na vida – lamentou-se –, mas não consigo dormir à noite, porque sei que um dia vou morrer e deixar tudo isso para trás!
– Os mensageiros concluíram que afinal aquele soberano não era um homem feliz e voltaram para casa sem sua camisa.
O rei estava começando a perder a esperança de curar seu filho. Será que algum dia encontraria um homem verdadeiramente feliz? Para distrair as ideias de seus problemas, saiu para uma caçada na campina. Quando estava em meio à perseguição de uma lebre, o rei ouviu um homem cantando a plenos pulmões. “Qualquer um que cante desse jeito tem que ser feliz!”, disse o rei para si mesmo.
E seguiu o som da música até que chegou a um jardim onde um rapaz estava podando as árvores frutíferas do pomar e enchendo o ar com sua voz.
– Bom dia, Sua Majestade – disse o rapaz.
– Bom dia – respondeu o rei.
– Você não gostaria de viver comigo na corte e ser meu amigo?
– Obrigado, Sua Majestade, mas gosto de viver aqui mesmo.
“Finalmente!”, pensou o rei. “Um homem verdadeiramente feliz! Meu filho está salvo!” E o rei estendeu a mão para o rapaz.
– Eu lhe darei qualquer coisa que desejar, quero apenas que me dê…
– e agarrou o gibão do rapaz e começou a desabotoá-lo. – O que, Sua Majestade? – perguntou o rapaz espantado. – Só você pode salvar meu filho – disse o rei, mas então calou-se e ficou estarrecido, olhando para o rapaz.
O homem feliz não vestia camisa.
Peça a cada aluno que escreva, em tiras de papel colorido, uma frase de incentivo, explicando como se sente e as emoções que está experimentando.
Informe aos participantes que eles podem escrever de forma anônima (explique para eles que podem decorar a frase para dar um toque pessoal).
Depois, peça que dobrem as tiras e amarrem em balões coloridos, já cheios. Após amarrar as tiras de papel, os participantes devem trocar os balões uns com os outros e, ao final, levarem consigo uma mensagem.